Manhã cruel

Há dias em que acordo tão pesado,
com uma estranha angústia no meu peito,
a mente lenta, o ânimo apagado,
e na alma um desalento sem respeito.

Há dias que me sinto derrotado,
cativo da amargura e do defeito;
um pobre de um inseto aprisionado 
que de fugir das teias não tem jeito.

Não se trata do mal da circunstância, 
nem de um instante ausente de importância,
que me acorda com insatisfação;

embora em derredor seja paisagem, 
mergulho nos abismos da viagem
pelos brejos ocultos da emoção.

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