2022.

Que ano!
Tudo tão imprevisível!
Depressão e ansiedade a flor da pele e a fobia social então... nem preciso comentar. Tive tantas crises de pânico e crises depressivas durante esse ano que perdi as contas, meu objetivo sempre foi chegar vivo ao fim do dia. Por um tempo houve-se a troca de medicamentos muitas e muitas vezes, doses subiram, remédios pararam de fazer efeito e cheguei a viciar em alguns. Mas hoje posso dizer que estou mais equilibrado, enquanto o tarja preta estiver por perto, é claro! rs. Foi um ano sombrio de um lado e de outro um pouco mais colorido, aquele campo sombrio cheio de flores e plantas mortas não é mais o mesmo, as plantas e flores renasceram mais coloridas e as nuvens negras que antes o regiam este campo foram levadas pelo vento.

No meio desse ano pra cá tive melhoras, tanto no meu quadro clínico quanto a minha socialização, conheci pessoas novas e experimentei emoções novas, não posso dizer que fiz amigos, mas pelo ou menos hoje consigo fazer com que as palavras saiam da minha boca para que outras pessoas ouçam e possam saber de fato quem sou eu. Antes, até mesmo no colégio, era aquele aluno quieto, observador, parecia estar colado na cadeira, parecia uma estatua já que não me movia, tinha medo até de respirar ou olhar para o lado. Hoje já consigo sair e conversar, pra mim foi um grande avanço. Algumas pessoas apenas me desgastaram, já outras, recolhi aprendizado.

Mas ainda assim, tenho fantasmas a minha volta, e tenho de enfrenta-los. Hoje ainda tomo muita medicação pra me manter vivo, sabe? Meu psiquiatra Dr. Eduardo, alguém que gosto muito, disse que ainda estou longe das “cabeças de titânio” e que na prova prática de loucura dele, eu reprovo, então pra mim está tudo bem. Quero agradecer ao meu professor e amigo de física Wanderson Militão que me ajudou nessa árdua jornada até aqui, ele que freou várias vezes esse carro a 200k/h em chamas que sou eu, teve cuidado e empatia por mim desde que o conheci, é um cara incrível, brilhante e fascinante. Ele que já fez papel de psicólogo, cupido, conselheiro e meu amigo. Ele é outro louco, é como dizem por aí, um louco conhece o outro. Ele está machucado assim como eu e continua lutando, eu o vejo como um reflexo que assemelha-se a mim, mas com ele sendo bem mais avantajado é claro! Ele pode conquistar o mundo com sua humildade, inteligência e carisma.

Não só ele, mas todos os meus professores que tomaram ciência das minhas dificuldades e tentaram me ajudar da melhor forma possível. Tive um avanço simbólico após um passeio escolar que fui através da minha querida e amada professora Aline que sempre foi tão simpática e atenciosa comigo por todo esse ano. Quero agradecer aqueles que me incentivaram a ir ao passeio e não me deixaram sozinho por lá e sim me acolheram de braços abertos. Também quero agradecer a professora Sandra que foi um anjo na minha vida esse ano, e que alias, puxou minha orelha para escrever esse texto, quero agradece-la por tudo. Ao Wagner que sempre quando me avistava sozinho... recolhido num canto, chegava e perguntava como eu estava, sempre conversou comigo, um dos homens mais sábios que conheci até hoje. E eu não poderia esquecer dela, a pessoa mais empática que já conheci, Tais. Ela é essa mulher convicta e modesta que é difícil de se encontrar por aí, ela que elogiou minha blusa do Guns N' Roses, ela que me deu café escondido várias vezes só para me ver feliz, e sempre fez o que pode por mim com todo carinho do mundo, ela é a Tais, uma mulher com o coração gigante. Se eu for agradecer a cada um que estendeu a mão pra mim esse ano vou ficar dias aqui escrevendo e sou imensamente grato por isso. E quanto aos seus colegas de classe? Eles são o ponto chave. Adoro a todos, obrigado por me acolherem tão bem! Guardo todos vocês nesse meu coração que é tão machucado.

Enfim, foi um ano caótico que teve seus momentos bons. Continuo lutando e apanhando, cercado de incertezas, vivendo um dia de cada vez estando sozinho comigo mesmo. Vi do que sou capaz, vi que ainda sou humano.  As vezes costumo cair mas sempre me levanto. Aprendi da maneira mais difícil que não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar, o quanto pode suportar e seguir em frente, é assim que se ganha. Aqui estou eu! Esperando o próximo ano... não vou mentir, estou com medo. Mas, continuarei escrevendo, essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura. Acima de tudo, temos que lidar com a vida!

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas