Versos soltos.

Encontro-me parado, 
taciturno em relação ao mundo. 
Dos sorrisos alheios, 
não consigo encontrar motivos para sorrir; 
Dentre tantas sabedorias, 
não possuo apenas uma. 
No guarda-roupa deles, 
não limito-me a uma única peça.

O que possuo é minha tristeza consignada, 
a vontade paralisada. 
Hoje, estou morto, como se nunca tivesse
vivido antes,
E não tivesse mais nenhuma ligação com 
as trivialidades, 
Senão a sucessão de navios ancorados em um 
porto e uma partida alarmada rastejando 
em meus pensamentos,
Insinua a agitação nos meus nervos e um rangido de engrenagens na partida.

Tentei vencer, vencer este cansaço que corre por entre minhas veias, o sangue que bombeia meu coração está sujo, contaminado pela angústia de não estar vivendo, dolorido por sentir estar morrendo. Há em mim um vazio que ecoa, o relógio tic-taca, marcando o compasso de uma existência que parece descompassada. 

Penso em encontrar o amor e amar incondicionalmente, mas logo penso que nem sempre o amor cura a dor,
Penso em ser firme como uma árvore que enfrenta as estações, mas logo penso que até as árvores podem ser dobradas pelo vento,
Penso em deixar um legado, 
mas logo penso que as pegadas se apagam com a efemeridade do tempo,
E, finalmente, penso em escrever estas linhas como uma tentativa de expressar a complexidade de minha própria existência.

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