Tormento.

Eu não durmo,
Eu não sonho,
O café já não tem o mesmo sabor,
Do peito salta a altiva dor.

O mundo se faz tristonho,
A vida se torna um sonho - brilha e passa.
Na busca de acalmar as dores,
Chego aos lábios o licor da taça - tomado por clamores.

Posso ver o prostrar dos pardais,
A cantarolar em sinfonias irreais.
Os cantos que antes acalmavam meu ser,
Hoje ecoam tristes - me fazem sofrer.

De todos os momentos, este é o momento,
O momento do meu tormento.
Onde o nada se torna tudo,
E a dor eu saúdo.

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