Até onde vai o amor?


Talvez seja uma pergunta sem resposta, assim como tentar encontrar sentido na vida. Talvez ele se perca no infinito, como o horizonte que desvanece no mar. Começa tão leve, tão inocente, com cartas, beijos e abraços. Gracejos sem fim, um amor que suscita apenas paixão, mas que num sutil piscar de olhos acaba em silêncio, em ausência, em vazio.

Transformando-se em uma doença que consome tudo e todos ao seu redor. Dois amantes doentes em um quarto, acamados, lamentando a vida que agora não podem mais viver. Não há mais cartas, nem beijos, nem abraços. Estão agora confinados em um quarto escuro e gelado, um quarto que parece oco. Nesse quarto, há duas camas, uma de cada lado, tão frágeis que não conseguem compartilhar da mesma cama. Entre as camas há um abismo, uma lacuna profunda, como se fosse um corte na alma.

Restou apenas respiração. Respirações lentas e profundas que parecem fazer eco nas paredes pálidas e vazias. O ar que sai do pulmão de um vai para o outro, em um ciclo perfeito. É um último ato de amor, talvez, ou apenas um ato de sobrevivência, uma forma de se agarrar ao outro antes que tudo se vá. Com o silêncio, onde o único som perceptível é o das próprias respirações e suspiros profundos, comunicam quase que por telepatia. Estão doentes, doentes de saudade, de arrependimento, de tudo o que não foi dito, de tudo o que não foi feito.

O amor pode ser a fonte de toda a felicidade ou a raiz de toda a tristeza. Pode ser a luz ou a escuridão. Mas, no final das contas, sempre será algo inexplicável, algo que simplesmente é. O amor é isso: algo que não pode ser medido ou completamente entendido.

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