A loucura da procura.

Era uma tarde quente de verão, daquelas que fazem o suor escorrer pelo seu corpo como se fosse um rio que nunca para. Eu estava sentado no parque, observando as pessoas ao meu redor enquanto sentia a brisa abafada do vento. 

Crianças brincavam, enquanto cães latiam e corriam atrás de bolas. O ar estava impregnado com o odor de protetores solares e repelentes de insetos, e dava para sentir de forma sutil o cheiro de grama recém-cortada sob o sol escaldante do verão. Sob a sombra das árvores, estavam os recém-apaixonados, do outro lado um casal de velhinhos esperando o pôr do sol, tudo isso se misturava em uma sinfonia caótica que ecoava em meus ouvidos e em minha mente. 

Mas, mesmo com todo esse ruído, eu ainda conseguia ouvir a minha própria voz, aquela que me empurrava para o precipício da loucura todos os dias.

Eu não sabia o que estava fazendo ali, mas sabia que era onde eu deveria estar. Era um lugar onde eu podia encontrar algum tipo de paz, mesmo que fosse uma paz perturbadora e tão efêmera. Eu observava as pessoas ao meu redor, tentando entender suas histórias, suas dores, suas alegrias e seus desejos. Eu queria saber o que as mantinha vivas, o que as fazia seguir em frente, mesmo quando a vida parecia tão cruel.

Era como se eu estivesse buscando algo que nunca encontraria, mas eu continuava a procurar, porque era a única coisa que me mantinha vivo. Eu era como um louco em busca de uma resposta que nunca viria. Eu era como um poeta que buscava a perfeição em palavras imperfeitas. Eu era alguém que tentava encontrar sentido em um mundo sem sentido.

Mas, mesmo assim, eu continuava a procurar. Porque, no final das contas, era tudo o que eu sabia fazer. Era tudo o que eu era. Eu era alguém em busca de si mesmo, alguém em busca da sua própria verdade. Eu sabia que nunca encontraria a resposta que procurava. Mas eu também sabia que não importava. Porque, no final das contas, a jornada era tudo o que importava. A jornada era o que fazia alguma coisa valer a pena.