Não sei dizer.
Estou em uma completa e constante deterioração do meu próprio ser.
Tem algo errado, mas não sei dizer o que é.
Tem algo doendo, mas não sei de onde vem a dor.
Tem algo gritando, mas não consigo ouvir.
Tem algo rasgando, partindo, se estilhaçando, mas eu não sei... Não sei dizer.
Sinto-me como uma casca vazia, sem vida, sem alma.
Há um buraco dentro de mim, uma lacuna que parece nunca ser preenchida.
A dor que sinto é profunda, cortante, lancinante.
Ela vem e vai, sem aviso prévio, sem motivo aparente.
É como se houvesse uma faca afiada sendo cravada em meu peito, arrancando-me suspiros doloridos.
Por muito tempo, tudo permaneceu inalterado, como um daqueles lustres extravagantes em um palácio elegante, cheio de pessoas igualmente elegantes.
Mas, por sorte minha, o barco virou e aqui estou novamente, à deriva neste mar.
Talvez eu tenha me esquecido de como navegar, ou talvez tenha perdido a vontade de continuar navegando. Não sei dizer. Tudo o que sei é que estou cansado, exausto, sem forças para continuar remando, muito menos para remendar este barco outra vez.
Tudo parece confuso e sem sentido, como se eu estivesse em um labirinto sem saída.
Sinto-me perdido, sem rumo, sem direção. Minha mente é um caos e minha alma está cansada, cansada do barulho constante, cansada de carregar este corpo morto.
Talvez tenha sido a rotina, a monotonia, a falta de desafios ou a falta de propósito que me levaram a esse estado.
Ou talvez tenha sido a pressão, as expectativas, as cobranças que me sufocaram.
Ou ainda pode ser algo mais profundo, algo que eu não consigo enxergar, algo que está escondido nas profundezas da minha mente.
Não sei se quero continuar remando.
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