Bebês.
Eu passaria horas admirando eles, os adoráveis bebês. Com seus primeiros passos cambaleantes e suas primeiras palavras enroladas, os bebês nos mostram a pureza e a inocência que em nós é tão rara. Tudo que veem ou tocam é novo, são tão curiosos, explorando tudo ao seu redor com suas mãos pequeninas e frágeis.
Tocando, experimentando, sem pudor. Cada objeto é uma descoberta, um mundo novo por conhecer e a curiosidade inquieta, não os deixa cansar nem mesmo deter. Cada som é uma sinfonia, cada textura uma aventura, nada passa despercebido. Há uma ternura que apenas esses pequenos possuem, ainda não se apossaram de raiva, ódio, tristeza ou rancor em seus pequenos corações. Ainda não constituíram opiniões formadas sobre nada, ainda não estudaram a raiz quadrada, ou melhor, ainda nem começaram a estudar ou trabalhar.
Não foram postos em uma rotina inacabável e cansativa, ainda não tiveram tempo de ter sua primeira decepção amorosa, de serem rejeitados ou de serem mal compreendidos.
São pequenos seres puros e inocentes, que nos mostram a humanidade em seu primeiro estágio. O único estágio que pode ser consideravelmente belo.
Mas não se enganem pequenos bebês, logo estarão assim como seus pais, dormindo cinco horas por noite ou até menos, conheceram algo que se chama estresse, talvez até frequentem um psiquiatra que logo na primeira consulta irá te receitar 30 gotas de rivotril diárias que lhe manterem funcional dentro de uma sociedade maluca.
Sinto muito, pequenos.
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