Apatia.

Acordo, nada. 
Como, nada. 
Leio um livro, nada. 
Checo o celular pela milésima vez, nada. 
Ouço a mesma música há semanas, nada. 
Olho no espelho e sinto pena.

Não há acordo possível com o despertar, é apenas mais um ritual cotidiano a se cumprir. 
O café não tem sabor, o pão não tem textura, a vida não tem sentido. 
Leio as palavras no livro, mas elas não penetram em minha mente, como se eu estivesse lendo em outra língua. 
Checo o celular compulsivamente, em busca de uma distração que nunca vem. 
A música que escuto há semanas já não me diz nada, suas notas e letras parecem tão vazias e sem propósito quanto a minha magnitude pessoal. 
Encaro o espelho e sinto uma profunda tristeza por quem vejo refletido ali. 
Como se eu não fosse mais do que um amontoado de carne e ossos, sem significado algum.

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