Alice no vazio da quietude.
Em uma tarde embaraçosa, Alice sentiu a presença da quietude, uma entidade misteriosa e perturbadora que a fascinava e a assustava ao mesmo tempo. Seu quarto escuro e vazio refletia a solidão que ela sentia em seu peito. O vento gelado que balançava violentamente a cortina trazia consigo a sensação de abandono e desespero, que penetrava na alma de Alice e a fazia sentir-se ainda mais sozinha. A luz pálida da lua iluminava o quarto, destacando as sombras que dançavam ao redor de Alice, como se fossem figuras de um sonho estranho e perturbador.
Ela se sentia como uma estranha em sua própria casa, uma intrusa em um mundo vazio e sem vida. Tudo estava tão quieto que sua respiração parecia ensurdecedora, como se fosse a única coisa que preenchesse o vazio daquela noite.
Enquanto olhava para o mundo lá fora, Alice percebia o caos e a agitação da vida em constante movimento. Ela se perguntava se a paz não era uma ilusão, uma armadilha que a fazia esquecer da vida em movimento. Alice se sentia como um desses marinheiros que passam anos no mar, acostumados com o balanço do barco, o som das ondas se quebrando e o vento assobiando em seus ouvidos. Quando desembarcam em terra firme, se sentem estranhos e perturbados, sem saber como se mover sem a constante agitação do mar. Alice compartilha da mesma estranheza, perdida em um mar de calmaria, sem direção e propósito.
Naquela noite, Alice foi dormir cedo depois de tomar o seu comprimido para insônia, ela deitou-se em sua cama e ficou imersa na quietude que a cercava. Tentou ouvir os seus pensamentos mais rasos, os que eram mais fáceis de ouvir, já que os mais profundos estavam fora de cogitação. Mas foi apenas mais uma tentativa falha e nada, além disso.
Com o passar dos dias, o vazio em seu peito se tornou insuportável, e ela não conseguia mais suportar a sensação de solidão e desconexão. Ela se afastou ainda mais do mundo, até que finalmente se entregou ao silêncio para sempre. A quietude que antes a fascinava e a assustava, agora era sua única companheira, em um silêncio que nunca mais seria quebrado.
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