"Só"
Sento-me num canto
qualquer, para ver um por do sol qualquer. Andei pelas ruas da cidade, tropecei
na multidão, deixei-me levar pela incerteza. Acompanhado dos meus próprios
fantasmas, procurei o nada. Minhas esperanças não tem perspectiva, eu estou só
e sem destino.
O mundo é cego, surdo e mudo. Não a sequer a esperança de um gesto amigo. A fuga parece ser a única solução contra o vazio. E no abandono eu não sei a quem buscar. Sentir-me só, é o alimento para o medo do desamparo, e enquanto eu permaneço como uma marionete balançando nos ventos de minha melancolia e insegurança interior em busca de refúgios tranquilos, serei mais profundamente humano do que nunca.
Preciso conhecer o meu próprio ser, que se encontra infinitamente inexplorado, o meu mundo é cheio de sombras opacas, estou preso em um reino solitário e vazio. A verdade mais difícil de ser aceita: a constatação de minha solidão imprescindível. Meus anseios estão se afogando em um caixão que não pode ser aberto, só eu, e apenas eu, posso encontrar a chave e começar a viver.
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