Um pouco do nada.

Areia ou poeira levada pelo vento da madrugada, me considero um pouco do nada. Nada além do nada. 

O andar insolente, a silhueta perfeitamente cadente. Sou eu, o caos desconfigurado que vaga por essa terra, aquele que se encontra desolado, amargurado e ressentido.

Meus cabelos estão ficando esbranquiçados, não sei mais quem sou, quem um dia fui, quem um dia, por inquietude, sonhei ser. Olho para o espelho e não sei quem está lá, faço de mim um estranho convencido. Estou enraivecido com a vida.

Outrora tinha a rasa e impetuosa ideia de saber quem era. Ora, estava cegamente errado. Quem sou eu? Sou um pouco do nada.

A areia e a poeira são coisas que podem perdurar, sujar e facilmente evaporar, são levadas pelo vento. Assim somos nós, areia ou poeira, tanto faz, não somos nada além do imensurável... nada.

Comentários

Postagens mais visitadas