Tristeza vaga.
Acredito que eu seja o meu maior inimigo. Estou em uma constante guerra comigo mesmo, sem descanso nem trégua, apenas guerra. De maneira súbita e explícita faz nascer um semblante triste e acanhado, de uma ternura admirável. É ela, a tristeza que chega sem beleza, a tristeza que trás uma imensa franqueza de dor, nada mais tem brilho nem cor, por todo canto que olho encontro apenas dor, dor e dor, nada além da dor.
Fico imóvel, não pronuncio sequer qualquer resquício de alguma palavra, um buraco imenso se abre em meu peito. Não sou senão agora apenas um observador, um coadjuvante, faço parte do teatro dos mortos. Não faço nada, não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada, nada além da dor
Penso em findar toda essa guerra, mas ainda assim sigo vivendo, engolindo os medos, acumulando as mágoas, sentindo a tristeza. Continuo existindo, respirando, o que por si só, já é resistir. É tão difícil acordar todo dia e encarar a própria vida, ela que tanto judia, encarar a mesma guerra incessante todo dia chega a ser delirante.
Mesmo com toda a guerra, mesmo estando a beira do precipício, eu hesito, o nosso instinto é sobreviver. Consegue imaginar o desespero? A sensação de vazio que faz alguém acabar com tudo assim... num instante.
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