As pessoas me cansam.
De repente minha respiração se faz vagarosa e estafante. Minhas pálpebras vão ficando pesadas e cansadas, de repente o tempo se faz passar mais devagar. Encontro-me enfurecido e perdido com a vida. Talvez sejam as pessoas que me esvaziam e me roubam energia vital, fico imerso nessa escassez doentia do vazio.
Acho que estou acostumado a me sentar num quartinho e fazer com que as palavras tenham algum sentido. Já vejo o suficiente da humanidade nos supermercados, nos postos de gasolina, nas estradas, nos cafés, essa tal humanidade já me cansa o suficiente. Raramente encontro uma pessoa rara ou interessante e por que há tão poucas pessoas interessantes? Devemos continuar a viver com esta espécie insípida e tediosa?
O problema é que tenho de continuar a me relacionar com eles. Isto é, se eu quiser que as luzes continuem acesas, se eu quiser consertar este computador, arrancar um dente ou abrir a minha barriga, tenho que continuar a me relacionar. Fico impaciente com todas as futilidades e risadinhas. Já que passo horas a fio analisando todos ao meu lado, achando defeitos, efeitos, interesses, quereres, prazeres... me sentindo como um peixe fora d'água, é uma tortura que nunca se finda.
Comentários
Postar um comentário