Um ser invisível.
Me sinto invisível, límpido, transparente. Eu não existo mais. Pela passagem de horas, pela sucessão dos dias, a passagem das estações do ano, o fluxo do tempo. Eu sobrevivo, sem alegria e sem tristeza, sem futuro e sem passado.
Com o tempo minha frieza se tornou impressionante. Meus olhos perderam os últimos vestígios de sua vivacidade, minha silhueta agora se faz perfeitamente cadente.
Uma serenidade sem cansaço, uma amargura se instala nos cantos de minha boca. E então, só pronúncio palavras que são estritamente necessárias. Raramente digo por favor, olá, obrigado, adeus. Não peço mais informações. Eu ando, eu caminho... nunca estou com pressa, nem perdido. Não tenho sono. Não tenho fome. Eu me deixo ir, me permito ser levado.
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