Síndrome do pânico.

Sem nenhum aviso prévio, ela chega, de forma agressiva sendo capaz de colocar qualquer pessoa em estado de letargia. Algo desconhecido, algo que nunca havia sentido antes, algo agonizante.

Seus pensamentos emaranhados, os sentimentos, embaçados. Enquanto a agonia só cresce dentro de você. É como se um inquilino passasse a habitar sua própria casa de repente, sem o seu consentimento.

Você fica sem saber como agir, pois qualquer reação é desconhecida e imprevisível. Tudo te deixa extremamente incomodado, amedrontado. Um medo que te deixa sem sossego, um medo já crescido mesmo que desconhecido.

De repente um mundo colorido se torna em um mundo cinzento, sem vida, um mundo incolor. Tudo o que você acreditava é desconstruido, tudo o que você fazia, ou a forma na qual agia passa a ser incoerente com a sua realidade atual.

Você tem a clara certeza da morte eminente, tem a certeza de que está morrendo. E não é pra muito, já que você procura ar dentro de seus pulmões e não acha, pois seus pulmões entraram em colapso, assim como a sua mente. O desespero toma conta de sua vida. 

Ela te deixa sem nada, você fica vazio, se sente vazio. Te deixa apenas com medo e desespero. Seus pensamentos estão velozes e pesados, você não assimila grandes coisas, não consegue, não pode.

Depois isso passa, mas deixa vestígios. Muito aprendi com essa síndrome do pânico, aprendi a ser mais melindroso e cuidadoso comigo mesmo. Não ao ponto de deixar de viver, não mais, não adianta eu me esconder já que a realidade não coopera, esse esconderijo ilusório não é impermeável, mesmo sendo muito confortável, a vida penetra em tudo. Não adianta, nenhum esconderijo, nenhum método, nenhum princípio. Nada suporta, a vida penetra em tudo.

Aprendi a respeitar a mim mesmo, sem ultrapassar meus limites, sendo eles pequenos ou grandes. Aprendi a valorizar momentos de alegria, por mais que sejam raros, duram pouco e são únicos, como cada grão de areia do mar. Ainda hoje, continuo aprendendo, ainda hoje convivo com ataques de pânico. E eles sempre me fazem refletir, a parar no tempo.

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