O rato.
Uma vida sem surpresas, estou seguro. Eu durmo, como, ando, continuo sobrevivendo. Como um rato de laboratório, abandonado em seu labirinto.
Sem nenhuma hierarquia, nenhuma preferência. Um homem cinza, porque o cinza não demonstra frieza. Não ao ponto de ser insensível, mas neutro.
Ainda assim, os ratos não passam horas tentando dormir. Os ratos não acordam tomados pelo pânico, banhados em suor. Os ratos não sonham. Os ratos não roem as unhas, pelo ou menos não por horas a fio, até que suas unhas se tornem uma imensa ferida. Os ratos, tanto quanto se sabe, não escrevem de forma compulsiva, tudo aquilo que sentem mas não conseguem dizer.
Não posso, ao menos, me comparar com um mísero rato. Irônico, não?
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