Anônimo.
Quantas vezes já repeti o mesmo gesto mutilado, o mesmo trajeto que não leva a nada? Agora faço minha sina, quase bela, de ser o senhor anônimo do mundo, aquele que se perdeu na sua própria história, aquele que não sente mais chuva que cai, que não vê a aproximação da noite.
Não conheço senão, a minha própria evidência. A evidência da minha vida, da minha respiração, dos meus passos. Vejo pessoas indo e vindo, multidões e objetos se formando e dissolvendo. Não há saída, tudo que faço, onde quer que eu vá, não deposito importância em nada. Tudo que faço, faço em vão. Nada que procuro é real.
Isso já se tornou quase um senso comum, me sinto em casa, me sinto em meu antro, na minha gaiola, em meu espaço.
Estou me sucumbindo aos poucos.
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