A arte da transparência.
Com o tempo desenvolvi a habilidade de me tornar invisível, límpido. Um tipo de metamorfose doentia se instaura em meu ser, de forma sinuosa, e então me torno transparente aos olhos de quem observa.
Junto a essa metamorfose doentia, suscita minha frieza que se torna impressionante. Meus olhos vão perdendo seus últimos vestígios de vivacidade, posso flanar por qualquer lugar e ninguém irá notar.
O mundo para, posso quase que por um breve instante ver o ar que corre. Não é mais estranho nem medonho, faço disso agora um âmbito comum, o lugar sombrio e silencioso onde encontro conforto para a alma.
Silencioso e confortável apenas para minha alma, já que não posso dizer o mesmo quanto ao que transita em minha mente, quando estou transparente não consigo sentir a mim mesmo, é como se eu não estivesse ali, não posso dizer que me sinto vivo, não posso dizer que me sinto morto. Eu apenas não sinto, quase não existo.
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